Sociedade de Agronomia do RS

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AOS PROFISSIONAIS E ESTUDANTES DE AGRONOMIA, UMA SAUDAÇÃO PELO DIA DO ENGENHEIRO AGRÔNOMO

Sociedade de Agronomia do RS

São passados 87 anos desde que o então Presidente da República Getúlio Dornelles Vargas assinou o DECRETO Nº 23.196, de 12 de outubro de 1933, que “Regula o exercício da profissão agronômica e dá outras providências”. Era o ano do cinquentenário de fundação da Faculdade de Agronomia “Eliseu Maciel” (FAEM). O ato, no entanto, não foi consequência direta da data, mas mostra que os nossos primeiros colegas tiveram que lutar durante meio século até que a legislação oficializasse nossas atribuições profissionais e então o exercício da atividade agronômica por leigos passasse a ser considerado exercício ilegal da profissão. A partir de então, o(a)s engenheiro(a)s agrônomo(a)s passaram a ter o exercício profissional oficialmente regulamentado no País.

A profissão de engenheiro(a) agrônomo(a) foi a primeira de nível superior a ser reconhecida no país. Mesmo que o Ministério da Educação existisse desde 1930, quem ficou responsável por registrar o título e fiscalizar o exercício profissional foi o Ministério da Agricultura, através da sua Diretoria Geral de Agricultura até 1944, quando do surgimento da Superintendência do Ensino Agrícola e Veterinário (SEAV) do Ministério. Em 1967, a formação dos profissionais da área agrária passou para a responsabilidade do Ministério da Educação e Cultura, como ocorre até hoje. A regulamentação e a fiscalização do exercício profissional são realizadas pelo sistema CONFEA/CREAs.

Os formados em Agronomia foram os primeiros no Brasil, na era republicana, a serem tratados de doutores. Não existiam os títulos de pós-graduação decorrentes dos cursos de doutorado, pois atualmente, na área acadêmica, Doutor é quem se pós-graduou em nível de Doutorado. Nas relações sociais, entretanto, os profissionais com título de Engenheiro (Agrônomo, Civil, Eletricista, Mecânico, Mecatrônico, Agrícola, Florestal, de Pesca, de Alimentos, de Produção, Químico e de outras modalidades), Médico, Odontólogo, Psicólogo, Veterinário, Advogado e outros, comumente recebem de clientes/pacientes o tratamento de doutor.

Fazem apenas cinco anos que se completou o primeiro século desde que a primeira mulher foi formada em agronomia no Brasil, na Faculdade de Agronomia de Pelotas. O pioneirismo de Maria Eulália da Costa, em 1915, destacou a agronomia como uma das primeiras profissões de nível universitário a contar com a participação feminina. É uma referência importante, mas ainda é grande a predominância masculina entre profissionais de agronomia, porém a cada dia, com muita determinação e competência, as mulheres têm vencido resistências e ampliado seu espaço de atuação na profissão. Devem ser saudadas, respeitadas e apoiadas.

No Brasil, durante muitos anos não havia concordância entre os Estados Federativos na data para a comemoração do DIA DO(A) ENGENHEIRO(A) AGRÔNOMO(A). O Rio Grande do Sul, por exemplo, comemorava no dia 8 de dezembro, em homenagem à data de fundação da FAEM (08/12/1883, a mais antiga no Estado e a que há mais tempo funciona ininterruptamente no País). A primeira Escola de Agronomia do Brasil foi fundada em São Bento das Lages, em 1859, na Bahia, a qual após alguns anos de funcionamento paralisou suas atividades, reabrindo em Cruz das Almas em 1920. Atualmente está vinculada à Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), criada pela Lei N° 11.151 de 29/07/2005, para cuja criação serviu de base, com seu desmembramento da Universidade Federal da Bahia. A FAEM, que nunca paralisou suas atividades, atualmente faz parte da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL).

Na segunda metade do Século XX foi criada da FAEAB (Federação das Associações de Engenheiros Agrônomos do Brasil), fundada em 12 de outubro de 1963. Desde 14/05/1999, a FAEAB foi substituída pela CONFAEAB (Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil) e foi unificado nacionalmente o 12 de outubro como DIA DO ENGENHEIRO AGRÔNOMO, numa referência à data da primeira regulamentação oficial do exercício profissional da agronomia no Brasil, em 12 de outubro de 1933.

O Curso pode ser denominado Agronomia ou Engenharia Agronômica e em qualquer dos casos o profissional formado recebe o título de Engenheiro Agrônomo. A essência não muda com a denominação do curso, porque a Agronomia não é um ramo da Engenharia. Engenharia é uma ciência, da mesma forma que a Agronomia é uma ciência, e formam profissionais de nível superior para a área tecnológica, com embasamento científico.

Nós, profissionais da Agronomia, temos todo o respeito e toda a admiração pela Engenharia, tanto que participamos do mesmo conselho profissional - Federal e dos Estados, respectivamente CONFEA e CREA, Conselho Federal e Estadual de Engenharia e Agronomia. Recebemos o título de Engenheiro pela formação que o curso de graduação nos dá. Aquele Decreto de 1933 foi substituído pela Lei N° 5.194, de 24/12/1966, que regulamentou na mesma lei o exercício profissional dos Engenheiros, dos Arquitetos e dos Engenheiros Agrônomos. Essa Lei e as Resoluções N° 218/1973 e N° 1.010/2005 do CONFEA disciplinam nossas profissões. Com a criação, em 2010, do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU- BR), os Arquitetos deixaram de participar do CONFEA e passaram a se registrar no seu próprio Conselho.

Com o que fizemos ao longo do tempo e com o que fazemos, nós, Engenheiro(a)s Agrônomo(a)s, conquistamos o respeito da sociedade. Vivemos um período de reconhecimento nacional da importância do agronegócio e, com isso, a sociedade aumenta o respeito e valoriza cada vez mais nossa profissão, reconhecendo que sem o resultado da atuação dos profissionais da área agrária e dos produtores rurais a sociedade não teria sustentação. A atual Pandemia acaba de escancarar isso. É verdade que nem sempre foi assim, e cabe a nós, Engenheiro(a)s Agrônomo(a)s, a responsabilidade de mostrarmos o que somos e o valor que temos.

A propósito, a valorização de nossa profissão está na dimensão exata do valor que a ela dermos e das atitudes que com ela tivermos. Título profissional é elevado título de honra.

A profissão e os compromissos com ela são de todos nós, profissionais de Agronomia. É necessário que tenhamos muito amor e muito respeito pela nossa profissão e também pelas outras profissões. Todas são ótimas, dignas e cumprem papéis importantes na sociedade, porém a nossa profissão é A NOSSA. Da mesma forma, é necessário que saibamos que a responsabilidade por nossa profissão é toda e apenas nossa, por isso absolutamente intransferível.

Só assim teremos a garra e o destemor necessários para vencermos as imensas dificuldades que sempre enfrentaremos, pois nunca foi e nunca será fácil. Em quase meio século como profissional e formando profissionais, aprendi a crer num(a) Engenheiro(a) Agrônomo(a) que ame nossa profissão a ponto de lutar com toda a força de seu ser pelo respeito ao próximo, à sociedade e ao meio ambiente. Que seja capaz de entender que nosso título profissional decorre de uma escolha de cada um de nós, sendo incorporado ao nosso nome, e que por isso deve ser honrado como honramos nosso próprio nome e o de nossa família. E que faça do Título Profissional conquistado o equivalente a um Título de Honra e de Orgulho, mas que nunca perca a simplicidade que caracteriza os verdadeiros vencedores, pois arrogância e prepotência andam sempre de mãos dadas com a injustiça.

São tantas as realizações do(a)s Engenheiro(a)s Agrônomo(a)s de todos os tempos, e em todos os locais, que justificam podermos dizer, entre nós, PARABÉNS ENGENHEIRO(A) PELO NOSSO DIA. A data coincide com as comemorações do Dia da Criança, nosso compromisso com o futuro, e o dia de Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil, e símbolo da fé de muitos de nós. Que Nossa Senhora interceda por nós, junto a Deus, para que ele continue nos abençoando e protegendo nossa profissão e nossas famílias.

Comemoremos, colegas e futuro(a)s colegas, mais um DIA DO ENGENHEIRO AGRÔNOMO.

Escolhemos a agronomia como forma de realização profissional e pessoal e acredito que a agronomia nos escolheu como profissionais para contribuirmos com uma sociedade mais justa, na produção de alimentos mais fartos e mais saudáveis, com preservação do ambiente para garantia das gerações futuras.

Aceitem colegas Engenheiros(as) Agrônomos(as), de todos os lugares, um fraterno abraço.

SAUDAÇÕES AGRONÔMICAS, com muito orgulho. "ORGULHO DE SERMOS BATATEIROS!"

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Eng. Agr. Dr. Moacir Cardoso Elias (eliasmc@uol.com.br). Professor Titular da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel - FAEM, da Universidade Federal de Pelotas - UFPEL, Presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos de Pelotas - AEAPEL, Conselheiro da Sociedade de Agronomia do Rio Grande do Sul – SARGS, Membro Titular da Cadeira 36 e Presidente da Academia Pelotense de Letras.

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